Eficiência máxima na construção civil - QUALIT

O setor, antes caracterizado pelo uso intensivo de profissionais com baixa qualificação, padrão tecnológico reduzido e com altos índices de desperdício e geração de resíduos, começa a dar lugar a uma economia dinâmica, com utilização intensiva de mecanização e técnicas modernas, busca permanente pela eficiência e redução acentuada de descarte de materiais. O resultado disso é um ganho de produtividade de 20% em menos de uma década.

Em grande parte, o que levou a setor a alicerçar a modernização foi a necessidade sobreviver em um mercado aquecido, porém competitivo. Construtoras inscritas para o programa oficial de moradias Minha Casa Minha Vida, por exemplo, não estavam conseguindo atender aos custos do governo (entre R$ 60 mil e R$ 80 mil por unidade, conforme a região do país e a participação das prefeituras) dentro do modelo tradicional.

“A necessidade de construir casas dentro desse orçamento também está levando o setor a sair do processo artesanal para uma produção mais dinâmica e industrial”, comenta Sarkis Nabi Curi, presidente da Comissão de Materiais da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

Ações pontuais voltadas para a formação e melhoria das condições de vida da mão de obra, implementadas ao longo dos últimos 20 anos, já haviam proporcionado ganhos de produtividade.

Mas seus efeitos estavam se esgotando, diz Curi. O setor precisava entrar na era da tecnologia. Cada vez mais o processo de edificação vai ganhando contornos de produção em escala, com rapidez, eficiência, custo baixo e desperdício próximo de zero.

Curi estima em 20% o ganho médio obtido pelo setor no período 2008 a 2014. O ano de 2008 coincide com o lançamento do Programa de Inovação Tecnológica (PIT), capitaneado pela CBIC. O PIT identifica dez gargalos para a aplicação da inovação e melhoria da produtividade, incluindo as questões tributárias, o distanciamento entre o setor e a pesquisa acadêmica e as diferentes legislações de obras dos Estados e municípios.

Alguns processos obtiveram ganhos muito maiores, como o caso do revestimento de paredes e pintura, antes manuais e agora feitos com bombas que mais do que dobram a produtividade.

A estimativa é compatível com estudos acadêmicos. O mais recente, realizado pela FGV Projetos, indica que entre 2006 e 2009 houve crescimento de 3,1% ao ano na produtividade do setor. A produtividade da mão de obra cresceu 5,8% ao ano entre 2003 e 2009, devido à introdução de máquinas e equipamentos nos canteiros, segundo o estudo.

O crescimento das edificações desde 2003 foi de 19,8% ao ano, acima da mão de obra contratada – expansão de 12,8% ao ano. No segmento de engenharia civil, o crescimento da produtividade foi da razão de 1,1% ao ano de 2003 a 2009. Das empresas consultadas, 90% buscaram novos processos construtivos.

De acordo com o estudo da FGV, fatores como crescimento econômico, formalização das empresas, qualificação da mão de obra e elevação dos investimentos em capital físico foram preponderantes para os ganhos de produtividade.

A maior qualificação da mão de obra está diretamente ligada ao novo perfil da construção. Mais escasso, o profissional que resta hoje nas grandes construtoras é mais preparado. Normalmente recebe treinamento para lidar com equipamentos e ferramentas que até cinco anos atrás a construção brasileira nem sequer sonhava empregar.

“Estamos trocando dez pedreiros de R$ 1.500 por uma máquina de US$ 1 milhão”, explica, em tom de brincadeira, Rodrigo Cará Monteiro, diretor de construção da WTorre. De acordo com o executivo, o investimento compensa pelo ganho de tempo, a precisão do processo e o consequente ganho de produtividade.

Monteiro conta que a construtora importou no último ano uma prensa hidráulica capaz de literalmente reduzir a cacos as pontas de estaca usadas em fundações.

Antes, relata o executivo, as estacas eram fincadas e, quando atingiam a profundidade final, a parte que restava acima do nível necessário precisava ser eliminada manualmente.

Um homem poderia demorar até uma jornada de trabalho inteira para realizar o serviço. A nova máquina dá conta da tarefa com mais precisão em meros dois minutos. O material que sobra é transformado em brita e utilizado na própria obra.

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