- setembro 12, 2019
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Arquitetos comentam os novos hábitos do morar, acompanhando dados divulgados pelo Secovi-SP – Sindicato da Habitação de São Paulo, que indica crescimento significativo das vendas de imóveis com menos de 45 m²
O estilo do morar acompanha a transformação de gerações e tudo o que acontece no seu entorno. Com o passar dos tempos – principalmente nos últimos anos, fica evidente uma mudança de comportamento, principalmente nas gerações Y e Z – dos nascidos da década de 1980 até o início de 2010. A praticidade do viver, o desapego em não acumular tantos itens em casa e o conceito do compartilhar estão cada vez mais presentes entre o público jovem que fomenta o mercado de vendas de apartamentos com áreas úteis reduzidas.
Dados expressivos
Uma pesquisa divulgada recentemente pelo Secovi-SP aponta que seis em cada 10 novos apartamentos vendidos apresentam menos de 45m². Esse dado torna-se ainda mais expressivo quando observado que, nos últimos quatro anos, essa taxa de crescimento mais que dobrou a proporção das vendas de imóveis menores: se em 2014 representava 28% do total, até 2018 a taxa subiu alcançou o patamar de 60%.
Como os novos hábitos do morar se refletem nesses dados e nas expectativas para o mercado?
Fernanda Mendonça, arquiteta do escritório Oliva Arquitetura, explica que houve uma mudança expressiva no conceito do habitar um lar. Antes o desejo era pautado na aquisição de uma unidade grande e com a ideia de mantê-lo por toda a vida. As gerações atuais buscam por habitações menores em detrimento a outras questões que tornaram-se mais importantes na vida cotidiana. “Além da queda do poder de compra, o público jovem que opta por apartamentos menores é atraído por facilidades oferecidas pelos condomínios e por avanços tecnológicos que facilitam a vida atual”, explica Fernanda.
Escassez de terrenos
Para o arquiteto Pietro Terlizzi, à frente do escritório Pietro Terlizzi Arquitetura, a construção de apartamentos pequenos também é reflexo da escassez de terrenos para o mercado imobiliário. Com terrenos mais caros e apertados, as construtoras precisam compactar a metragem quadrada das plantas para disponibilizar o maior número possível de apartamentos por prédios. “Acredito que essa é uma tendência que veio para ficar. Para nós, arquitetos, muda-se a forma de projetar a medida que precisamos pensar em projetos com espaços mais flexíveis e dinâmicos para a vida do morador”.
Home&Share
A equação financeira fortalece o mercado de apartamentos menores. Em bairros mais centralizados, próximos da concentração de trabalho e opções de lazer, o preço elevado da metragem quadrada fortalece a opção pela aquisição de residências que seguem o estilo de espaços privados, compactados e com a proposta de compartilhamento. Esse ponto acompanha um conceito bastante difundido no exterior: o home & share. Otimizando o consumo, condôminos passam a dividir o que antes era de uso privado, como área de serviço e home theater, e contar com opções como academia bem estruturada, equipe de limpeza do apartamento, área gourmet, bicicletário e até mesmo carros que podem ser compartilhados entre eles. Construtoras e grandes imobiliárias do mercado seguem em buscas de ofertas de serviço atualizadas com a demanda do mercado.
Mercado em Pernambuco
O presidente da Ademi-PE, Gildo Vilaça, aponta alguns pontos responsáveis pelo aquecimento desse mercado. Entre eles, a melhor rentabilidade desse tipo de imóvel, aliada à tendência do consumo. “As pessoas hoje não querem apartamentos maiores, não precisam. Querem mais compactos e mais baratos. Além disso, tem a questão prática, eles são mais fáceis de manter, mais baratos para comprar e têm o condomínio mais em conta. Decorar também é muito mais simples”, explica. Em Pernambuco, segundo Gildo, há dois tipos de público para os imóveis mais compactos: os que buscam os um pouco maiores de 45 m², com dois quartos, cozinha e banheiro (Minha Casa, Minha Vida), mais populares, e os que buscam um flat (com um quarto), num bairro mais nobre e com mais estrutura no prédio. “Temos um público bem forte que consome esse tipo de imóvel, que no mercado está em torno de R$ 350 mil. São pessoas mais jovens, muitas estão na cidade a trabalho e no caso de aluguel, há grande procurar por apartamentos mobiliados. Tudo gira em torno de maior conforto e praticidade”, diz.
Nesse âmbito, os profissionais de arquitetura trabalham para desenvolver projetos versáteis com vistas a atender a rotina de vida do cliente. Em momentos diferentes, o mesmo ambiente pode ser a sala de estar, jantar, home office e, à noite, o quarto para descanso. Soluções em marcenaria e móveis multifuncionais, por exemplo, são recursos de arquitetura e decoração que permitem um aproveitamento completo do imóvel, utilizando todos os espaço. Mesmo com um volume menor de objetos e roupas, por exemplo, o morador consegue ter sua vida organizada e vivenciar uma sensação de amplitude dentro do apartamento.
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