- agosto 27, 2020
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Introdução:
Neste mês de setembro vamos abordar os riscos na construção civil, que basicamente se classificam em três tipos: contratuais, financeiros e operacionais. Hoje iremos abordar o conceito de risco de forma mais ampla, levando para uma contextualização da gestão, identificação, avaliação e tratamento dos riscos, bem como o impacto na sua empresa.
Conjuntura:
A Construção Civil é um campo que possui particularidades próprias diferentemente de outras indústrias. Isso porque cada projeto é um universo que tem suas definições, especificações e objetivos, além de que sua execução pode mudar para cada espaço geográfico em que será executado. Na maioria dos casos, a mão-de-obra, materiais, equipamentos e a própria obra estão expostos a intempéries que podem ocasionar danos e atrasos. A intervenção de várias pessoas de áreas diferentes na obra, como fornecedores, terceirizados, e a própria equipe no mesmo espaço pode originar conflitos, dificuldades na comunicação e nos registros. A Gestão do Risco tem recebido um reconhecimento pelo mercado como um importante mecanismo de gestão dos projetos, com o intuito de sondar alguns parâmetros críticos no que se tange ao tempo, custo, segurança, qualidade e sustentabilidade.
O Risco:
Normalmente o conceito de risco está associado a uma ideia negativa, porém o risco é contextualizado como a conciliação das conseqüências de um dado evento e a respectiva probabilidade de ocorrer, podendo ter um impacto positivo ou negativo para o projeto. Outro fato comum é confundir riscos com incertezas. A incerteza se remete a eventos ou situações que não existem dados estatísticos que suportem determinado acontecimento. O risco, pelo contrário, deve ser usado no cenário onde o sucesso ou falha é determinado probabilisticamente por meio de eventos históricos. É necessário atuar para que os objetivos e parâmetros do projeto sejam alcançados. Quanto mais complexo o projeto, mais exigência você deve ter na gestão do risco. Na construção civil os principais riscos são:
- Divergência entre o orçamento estipulado e o realizado;
- Não cumprimento do tempo de entrega do empreendimento;
- Empreendimento ineficiente para os objetivos e ou desconjuntamento com o ambiente.
A Gestão dos Riscos:
O principal objetivo é identificar os riscos no devido tempo para que seja possível estudar e definir estratégias para o seu tratamento. Essa dificuldade de prever os riscos reforça, ainda mais, o cenário de se considerar a Gestão dos Riscos em seus projetos. A definição da Gestão do Risco é “Processo sistemático de identificação, análise e resposta ao risco. Este tem como objetivo a maximização dos eventos positivos e a minimização da probabilidade e conseqüência dos eventos negativos de um projeto” (PrasantaDey, 2010). Observe que essa gestão não é para “destruir” os projetos, ela visa assegurar que apenas os projetos que são úteis e que cumprem os objetivos de uso e financeiro sejam executados, e lembrar que a gestão não remove todos os riscos dos projetos, porém eles serão geridos por ordem de prioridade.
Como fazer a Gestão dos Riscos:
Basicamente são três grandes processos dentro da gestão. Vamos detalhar cada um:
- Identificação dos Riscos – Nesta fase vamos abordar as características essenciais dos riscos, causas e conseqüências, visando gerar uma lista estruturada desses eventos. Essa é a principal fase do projeto. Se os riscos não forem identificados nesta fase dificilmente serão em etapas posteriores, além de que apenas os riscos detectados podem ser medidos e controlados. Veja como identificar:
- Visite o local da obra, reveja o layout do canteiro;
- Realize estudos dos projetos;
- Revise os impactos e a sustentabilidade do projeto.
- Avaliação dos Riscos –Com a lista pronta, vamos realizar uma avaliação. Sistematicamente temos que observar a natureza dos riscos e qualificá-los, gerando e catalogando em grau de importância. Você pode usar como base eventos passados, experiência da sua equipe, pesquisas de mercado entre outros. Nesta qualificação, alguns pontos são importantes detalhar:
- Efeitos;
- Causas;
- Gravidade;
- Número de ocorrências.
- Tratamento dos Riscos – Essa é a ultima fase. Basicamente consiste em definir estratégias para lidar com os riscos, sejam eles positivos ou negativos:
- Escolha uma medida de tratamento do risco, podendo ser evitando, aumentando, mantendo e ou partilhando o risco;
- Parametrizar até que ponto o risco é residual ou admissível. Se não for, aplique outra medida de tratamento;
- Sempre avaliar a eficácia do tratamento.
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